Embora os veganos sejam sempre associados aos direitos dos animais, a gente precisa entender de uma maneira mais abrangente nosso conceito de cruelty-free. Ele tem que ser incompatível com o trabalho escravo.
Na minha cabeça, não faz muito sentido que alguém que se importe com os maus tratos contra animais não se importem com maus tratos contra crianças no Uzbequistão. Ou adultos, não importa, são animais também! Têm direitos, sentem dor!
Então na minha concepção de moda vegana, não basta que não haja couro, lã ou seda.
Por isso eu resolvi fazer uma lista de marcas que eu compro e que eu não compro e, principalmente, trazer outras fontes para vocês também poderem pesquisar de onde vem o que vocês compram!
MODA LIVRE, aplicativo da ONG Repórter Brasil
A Repórter Brasil (link para baixar o app) envia questionários às empresas da indústria têxtil perguntando sobre suas políticas de prevenção ao trabalho escravo, e coteja essas informações com o histórico das empresas.
Então você tem a lista de empresas que foi averiguada até agora (o aplicativo é recente e tem poucas empresas, mas eles estão lançando atualizações e incluindo novos cadastros) e ao lado do nome tem um círculo verde, amarelo ou vermelho, que vai das empresas limpas (verde) a empresas mais problemáticas (sinal vermelho).
Mas você pode clicar na empresa para saber o motivo da classificação, e aí vai do seu julgamento decidir se compra ou não! Eles reúnem as práticas da empresa e seu histórico de denúncias.
Eu boicoto empresas que já foram condenadas por trabalho análogo à escravidão e as que se recusam a fiscalizar sua linha de produção
PACTO NACIONAL PELA ERRADICAÇÃO DO TRABALHO ESCRAVO(InPacto)
Existe uma lista de empresas que se associaram a esse pacto, se comprometendo a não contratar empresas que realizem trabalho escravo. Mas tem poucas empresas de roupas ali.
FASHION REVOLUTION BRASIL
O Fashion Revolution é um movimento mundial pelo combate ao trabalho escravo, cuja hashtag é #whomademyclothes (quem fez as minhas roupas?). Eles têm umas campanhas para conscientizar sobre as condições de trabalho por trás das marcas de roupa e indicam empresas que têm uma linha de produção livre e menos voltadas para o consumismo e o fast-fashion. Eles têm uma página no Facebook em português.
RESPONSIBLE SOURCE NETWORK (em inglês)
É um projeto que pesquisa as condições de trabalho na produção de matéria prima, e eles têm um relatório sobre a produção do algodão, onde entram as criancinhas do Uzbequistão, e lista de empresas envolvidas com comércio de algodão oriundo de trabalho escravo.
LISTA DE EMPRESAS QUE EU APOIO:
BH
Cooperárvore – bolsas com reaproveitamento de estofo de carro da Fiat
Juli Buli – jóias
Regina Minsk – tricô
Suka – jóias e alianças
Upsy – plus
Vanuza Bárbara (Ipatinga)
SP E AFORA
+ Alma – multimarcas de fair trade
Ahimsa – sapatos veganos
Ana Porto – jóias
Another Land – acessórios
A Passeio – acessórios
C&A – Holandesa, e existe uma pressão na Europa para que as marcas prestem contas sobre a questão do trabalho escravo. Faz parte do InPacto e tem sinal verde no Moda Livre. Não é minha primeira opção porque existem acusações de plágio contra a CeA brasileira.
Crua – jóias em madeira
Dre Magalhães – acessórios
Flavia Amadeu – jóias em impressora 3D
Gioconda Clothing – Underwear
Insecta shoes – calçados veganos feito com reaproveitamento de tecido
La Loba – bolsas vegan
Levi’s – bem avaliada pelo projeto Free2Work (inglês) e tem projetos de moda sustentável.
Malwee – A Malwee está com sinal verde no Moda Livre, e a Enfim é sua linha de moda jovem. Wee! sua marca plus size e Mercatto, sua linha de roupas para trabalhar.
Mig Jeans – jeans upciclado. Ps: você pode doar seu jeans e ganhar desconto <3
Srta. Galante – tricô e crochet
Vitrine 360 – (Artistas independentes)
Young Folk – botas veganas artesanais
FORTALEZA
Bortolotti – jóias
Para quem é de BH, eu recomendo imensamente a feirinha de artesanato do vale do Jequitinhonha, que acontece várias vezes ao ano na UFMG, porque todos os expositores são comprometidos com a economia solidária do vale. <3 Não tem só artesanato, não, mas várias mochilas ecológicas, bijuterias feitas a mão, instrumentos musicais.. É incrível!
BRECHÓS EM BH
Bananas Brechó (onde eu comprei a maletinha aí do lado)
Brechó da Vila Marília de Diceu, 135 (ao lado da Elisa Sayuri)
Madame Mê (tem plus <3)
Malettas de Ignez – tem masculino!
LISTA DE EMPRESAS QUE EU BOICOTO
E os links para as notícias das denúncias:
Renner, Riachuelo, Marisa, Centauro, Forever 21, Luigi Bertolli, Pernambucanas, Zara, Lojas Americanas, Walmart, Adidas, Nike e Puma.
Se você conhece outros brechós, seja qual for a cidade, ou empresas que você sabe dizer onde fica a confecção e nas quais confia, comenta aqui pra eu adicionar na lista!
Se você tem interesse numa relação mais humana e sustentável com a moda, sugiro que dê uma olhada no meu post sobre armário cápsula e, claro, sobre a minha consultoria de imagem!
Esse blog ta muito ótemo!!
Obrigada, sua linda!
Olá Ameiiiii👏👏👏👏 A marca COFI de calças veganas é TOP!!!
Apesar da Renner ter sofrido essa denúncia ela está na lista de empresas da InPacto!
Júlia, as empresas que são condenadas assinam um acordo para se regularizar. Aí vai da sua cabeça boicotar ou não.
Parabéns por esta postagem! Vou sempre entrar aqui para ver as atualizações.
Você está mandando muito bem!!!
Que bom que você gostou, Renata!
Obrigada pelo incentivo,
beijo!
muito legal. importante todos sabermos quem está envolvido com escravidão
Muito bacana a sua iniciativa! Por favor, mantenha sempre atualizada a lista!rsrs
Abração!
Alice, gostei muito do post, pois recentemente li algumas matérias sobre trabalho escravo em lojas, inclusive esta temática já foi abordada nas minhas aulas de filosofia. Achei muito interessante a sua iniciativa de problematizar o trabalho escravo e de denunciar os estabelecimentos que se valem dessa prática para lucrar. Parabéns e continue com o blog, pois além das temáticas demonstrarem seu engajamento, você escreve super bem!
Que bom que gostou, Roberta! Queria muito chamar a atenção das pessoas pra essa questão.
Gostei do post cheio de dicas, já saí clicando em vários links e com certeza vou salvar muita coisa nos favoritos. Chega de sair na rua despreparada pra comprar roupa e ficar pensando em trabalho escravo dentro do provador.
Abraços!
sabe me dizer sobre a Hering?
Não houve nenhum grande escândalo, mas se você jogar “Hering trabalho escravo” no Google, vai ver que já teve um mal estarzinho aí